domingo, 8 de agosto de 2010

DELIVERY E A TRIPULAÇÃO DESCONHECIDA

Isto já passou comigo e acredito que a outras pessoas também. O tema tem que ser abordado para precaver aos incautos a não serem surpreendidos quando já estejam a muitíssimas horas ou dias de um porto mais próximo.

Não há nada mais perturbador que navegar com “malas” a bordo. Disso ninguém está livre, pois determinadas pessoas não distinguem quando seu comportamento perturba os outros a sua volta. E pior ainda, os que o fazem deliberadamente.

A atividade de delivery conleva a este risco que pode ser evitado ou ao menos minimizado se observarmos determinadas regras de procedimento no momento de se negociar a empreitada com o proprietário da embarcação.

Portanto, o esclarecimento para com o proprietário no momento de tratar sobre o delivery com relação à tripulação é tão essencial como saber se o barco tem ancora ou velas ou se funciona o motor. Evitando sempre que possível correr o risco de que num delivery embarquem pessoas alheias ao mundo náutico, e que, por sua falta de conhecimento (e até de educação), venham mais tarde a serem inconvenientes dando pitacos indesejados e mal colocados, mau humores e outros comportamentos indesejáveis a bordo.
Numa embarcação a que obriga a um convívio confinado, em delivery, a sua tripulação deveria ser formada apenas por pessoas que conhecem o entorno e a situação em que se verão submetidas a viver durante horas ou dias seguidos, acatando sem questionamento as ordens e decisões do comandante.

É condição sinequanon que todos tenham, ademais de desempenhar suas funções a bordo, um mínimo de discernimento para favorecer o bom convívio.

Este discernimento passa pela difícil prova de auto disciplina para evitar que o “purê desande”diante de algumas diferenças de modos ou comportamento de outro(s) tripulante(s), tornando a vida a bordo insustentável, com tudo o que isto significa para o desgaste emocional num meio em que não se pode parar de imediato para “despachar” a maçã podre.


É quando “soluções alternativas” podem passar pela cabeça da(s) “vitima(s)” para por um fim ao tormento, mas são elas impraticáveis, por serem estas “soluções alternativas” mais beligerantes e condenáveis que a própria atitude de quem provoca o mal convívio ... daí o mal estar. Como pode alguém descansar ou desempenhar bem suas funções se sua cabeça atormentada é assaltada por pensamentos negros e pesarosos com relação a um “companheiro” de viagem?




Todo o tripulante deveria ter como premissa o conhecimento básico das regras de convívio social. Se na vida em terra não há lugar para pessoas orgulhosas, egoístas, indolentes e desrespeitosas, no confinamento de uma embarcação em alto mar muitíssimo menos. Para as pessoas do mar, a harmonia faz parte da maneira de se portar de uma forma natural.

A possibilidade de enfrentar situações angustiantes no mar é muito maior para pessoas inexperientes, no caso de encarar um mal tempo. O tédio e a monotonia também são fatores negativos para aqueles que não sabem lidar com seus problemas de ordem pessoal, e se torcem quando recebem uma ordem ou até mesmo um pedido.

Todo o tripulante que embarcar em um delivery deverá ter uma função e uma obrigação a bordo durante todo o percurso até sua chegada ao porto de destino, sem que tenha o comandante que cobrar o cumprimento de suas obrigações. Afinal, quem é do mar, desempenha estas funções com prazer pois curte o que faz com a consciência de que está contribuindo e fomentando o bom convívio. Assim, poderá desfrutar junto a seus companheiros das belezas naturais e do próprio andamento da embarcação, deixando uma boa lembrança para o futuro.

Ao comandante compete repartir as funções de cada um de acordo com suas habilidades. Fazer saber a toda a tripulação da importância que existe o desempenho de suas funções, criando assim um compromisso entre todos ao acordo estabelecido antes da saída, afiançando-o nas cobranças de possíveis faltas.




O tema é complicado, mas se não levantar a lebre antes da saída, pode se complicar mais, e com pessoas desconhecidas. Por isso seria bom persuadir o proprietário da embarcação a deixar em terra os amigos ou parentes que queiram aproveitar o delivery para apenas “fazerem turismo”.

No caso de não haver sucesso neste quesito da negociação, ao menos, no caso de “tormenta a bordo”, o comandante conta com algum cacife para as negociações in extremis , caso tenha que desembarcar algum tripulante. Ou na total falta de sintonia com a tripulação, uma vez rota as regras pré-estabelecidas, deixar a embarcação em algum porto para "evitar um motim".

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