domingo, 30 de março de 2014

Reformando um monocasco


Quando não estou trabalhando no catamaran, é porque estou trabalhando em outros barcos. Neste caso trata-se de um monocasco Kavalier de 28 pés, cuja reforma que começou em agosto de 2013 com a raspagem de todo o casco para remover a pintura velha até chegar na madeira.
 
 
 
Os trabalhos começaram na Marina Mariana do amigo Rogério em Biguaçu.

 




 
Após a remoção de toda a pintura, foram feitas muitas lixações até poder começar a revestir todo o barco com epoxy e fibra de vidro.                     
 
 

Pelo motivo de uma viagem a trabalho do Rogério aos EUA , o barco foi levado para o galpão da Service Marine em Palhoça, dos agora amigos Leonardo (Leo) e Eduardo, que fizeram todo o acabamento externo da embarcação, enquanto toda a parte interna foi feita por mim.

 
 


A parte interior do barco estava bastante deteriorada e foi preciso tira-lo todo e fazer outro completamente novo.


 


 
Depois de meses de trabalho o interior está ficando quase pronto, como se pode apreciar nas fotos, faltando ainda alguns acabamentos e a instalação elétrica e hidráulica.






Quando o barco estiver pronto, postarei mais fotos.

terça-feira, 11 de março de 2014

Agradecimento

Hoje, véspera de meu aniversário, quero agradecer a todos os visitantes e seguidores do blog pelos 60 mil acessos desde sua criação em 2010. Não é muito se comparado a outros blogs náuticos, mas em se tratando de catamarans polinésios, para mim é muito bom o resultado. Sinal de que algo está mudando na comunidade náutica, de que o olhar mais profundo pode perceber nestas embarcações soluções viáveis para seus sonhos se tornarem realidade, sem abrir mão da segurança e qualidade de navegação. Obrigado a todos!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Pocket Cruise

Há muito que venho dando asas a imaginação em construir um pocket cruise econômico. A idéia é de um barco manejável como monotipo, e capaz de navegar em mar aberto com mais segurança. Pesquisei muitos projetos na internet, mas, quando via os barquinhos navegando no youtube em mar mexido, eu me mareava só de vê-los, e com um desempenho inferior a um monotipo devido entre outras características ao peso de lastro. A cifra que cheguei a pôr como limite de comprimento seria de no máximo 5m ou um pouquinho mais, não ultrapassando os 5,5m, para que o barco ficasse leve e manejável. Esses pensamentos ganharam maior força neste feriado de carnaval em que, por convite de um amigo, fui velejar um Daysailer. Veleirinho muito bom de mar, e que me fez lembrar de um que tive faz mais de 20 anos. Bolina e leme pivotantes é um fator de segurança no caso de choque com o fundo. Todavia, para melhorar a segurança, um "zepelin" no tope do mastro é preciso, pois por sua própria concepção o barco pode virar. Fiquei pensando junto a meu amigo o que mais seria preciso para capacitar o daysailer num pocket cruise, sem mexer em mais nada, tipo aumento de cabine, por exemplo. A primeira coisa que nos veio a cabeça seria lastrá-lo para deixa-lo mais estável. O barco pesa de projeto 250 kg, pensamos que uns 50 ou 60 kg de lastro ao redor da caixa de bolina, viria a melhorar em muito a estabilidade, outra opção seria adicionar chumbo no extremo inferior da bolina, uns 20 ou 25 kg, o que elevaria o peso do barco entre 300/310 kg na primeira opção ou a 270/275kg na segunda. E assim, começamos a divagar...
De volta para casa voltei a pensar e percebi que não havia entre os micro cruisers um catamaran, ao menos eu não ví. Logo me veio a cabeça o Hitia 17, que tem aproximadamente o mesmo comprimento do Daysailer e seria uma boa plataforma para desenvolver um pocket cruise catamaran. Ele pesa 135kg, ou seja, 115kg a menos que o daysailer original, sem lastro(!!!), não precisa de lastro, é muito estável, veloz, enfim, reúne umas características bastante interessantes. Com modificações para aumentar a borda livre, se pode, devido a característica do casco em V que cria uma seção triangular, aumentar o espaço interno significativamente para dotá-lo de uma cabine para se ter em cada casco um lugar seco e aconchegante para dormir e comandar o barco abrigado da intempérie, proporcionando assim o conforto mínimo necessário para uma travessia com mal tempo. A adoção de uma cabine de lona bem estudada, viria a complementar o conforto quando o barco estivesse ancorado. Vale lembrar que o espaço na plataforma entre os cascos é bastante generoso, podendo até armar uma barraca iglu para duas pessoas se for o caso. Com essas modificações, o casco não chegaria aos 200 kg, acredito que no máximo 180 kg...Já tenho aí cifras insofismáveis para poder trabalhar com uma grande chance de êxito.
Alguns poderão pensar que um catamaran polinésio entre 17 e 18 pés capacitado tecnicamente para navegar em alto mar para cruzeiros costeiros não se faz necessário pois já existe o Tiki 21. É verdade, só que o Tiki 21 pesa 360 kg, ou seja, o "dobro" do peso, o dobro do material, o dobro do custo. Estes argumentos incentivam minhas divagações, sendo assim, seguirei nelas...


sábado, 1 de março de 2014

Laminação do casco de BE

Depois de preparar o casco para laminação, cuja sequencia foi a seguinte depois do casco virado: Lixação geral com lixa 150 para retirar escorrimentos de epóxi, limpeza, aplicação de cupinicida, aplicação de massa epóxi com sílica coloidal e microesfera de vidro, nivelando as junções de casco/quilha e de casco com a roda de proa e de popa, fechamento de todos os furos onde estavam os parafusos usados na colagem e que foram retirados. Depois de curada a massa no ponto para poder ser lixada (48h.) faz-se a lixação com mais esmero, lixando a massa e modelando também a quilha, skeg, proa e popa. Retira-se todo o pó do casco e aí sim, depois de uma minuciosa vistoria do mesmo, o casco está pronto para ser laminado.

O epóxi utilizado é fluido e de cura lenta, dá para trabalhar com calma e tranquilidade, sem se preocupar com a catalização prematura da mescla durante o trabalho. Foram utilizados 4 kg de resina epóxi para laminar o casco com tecido de 330g/m2. A razão de ser usado um tecido mais grosso foi econômica. Poderia ser usado o 220 ou mesmo o 180g/m2. Com o 330g/m2 se gasta mais epóxi, todavia, eu já o tinha comprado faz algum tempo.

O tecido já o comprei do tamanho do comprimento do casco, tendo apenas que fazer alguns ajustes, ele já estava assentado no casco e preso a alguns grampos que eram sido removidos de acordo como avançava a laminação. Estava só no momento da laminação, então não fiz fotos, contudo a maneira de laminar seguiu os moldes de laminação do Tiki 26 que está postado em fotos neste mesmo blog na postagem "Construção de um Tiki 26"


A preparação e aplicação da massa


Massa aplicada

 Pronto para o lixamento


 Casco já laminado. Se nota o quanto o tecido passou de um lado para outro pela quilha e até 35cm em ambos lados (overlaping).

Com o tecido 330g/m2 o casco ganhou alguns quilinhos extra, mas por outro lado ficou muito forte e rígido. Agora, vem o duro, lixar todo ele para criar uma superfície de ancoragem extra para a massa de epóxi/microesfera. Depois, muita lixa ainda antes da aplicação do primer EPA antes do acabamento em PU.