sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Montagem do casco de BB

Finalmente, neste domingo, primeiro dia de dezembro, abri o casco de BB do polycat 23. A meteo não estava para mais trabalhos, como começar as colagens das anteparas, mas me dou por satisfeito em ver o cata tomando forma, e esta etapa de hoje foi muito relevante desde o ponto de vista anímico. Segue as fotos para os amigos que acompanham a construção e que queriam, como eu,  ver a forma do que será em breve o outro casco do catamarã.
 




Ontem cortei os paineiros do casco de BE. Ainda não decidi em qual casco vai ficar a pratelerira basculante onde ficará o fogareiro, por isso ainda não cortei as aberturas dos paineiros. Também cortei (e colei) a emenda do sarrafo da quilha do casco de BB. Na verdade ele estava pronto, mas na hora da montagem ele se partiu, devido que a emenda anterior ficava na seção mais curva da popa, e como eu emendei duas peças de densidades diferentes, e a largura da quilha é 1cm mais larga nos tikis, a menos densa não suportou a tensão da flexão da mais densa e se partiu estilhaçando as fibras. Agora, ambos segmentos são da mesma densidade e a emenda ficou na parte central do casco, onde a curvatura é muito pouca. Se pode ver o sarrafo sendo colado na parte esquerda da foto. Espero que não haja mais este problema que atrasou em mais de uma semana a abertura do casco de BB. Se tudo correr bem, ainda neste fim de semana já terei o outro casco aberto.



sábado, 28 de setembro de 2013

Mais um pouquinho...

Vamos ver se até o final desta semana que entra, de 06 a 12 de outubro eu tenha o outro casco aberto e pronto para ser colado (quilhas e anteparas). Neste fim de semana comecei a colar as bordas nos costados.


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Seguem os trabalhos no catamaram, porém, com tímidos avanços, dado primeiramente ao pouco tempo disponível para manter um ritmo franco, e quando há um tempo para dar um avanço mais significativo, a meteorologia é adversa. Paciência é Poder, reza o ditado e por ele vamos. O entendimento dos problemas nos ajuda a termos essa paciência. Então, resumindo, foi cortado e colado os reforços onde se vão apoiar os paineiros e os reforços abaixo deles, depois, todo o interior foi impregnado de resina epoxy.





sábado, 8 de junho de 2013

Catamaran Polycat 23

Depois de velejar o tiki 21, pensei que seria melhor adaptá-lo as minhas necessidades de maior espaço, pois do 21 para o 26 o salto é muito grande. Assim, um tamanho intermediário viria muito bem para preencher esta lacuna (que tambem existe entre o 26' e o 30'). Achei 23 pés uma boa medida para este barco intermediário. O incremento de peso e volume não seria muito grande, fazendo com que um catamaran com estas dimensões seja ainda leve e manejável, características em que no 21' se dá muito melhor se comparado com seu irmão maior.
O fato de trabalhar a muitos anos com construção e reforma de veleiros e haver velejado muito o tiki 26 e construido dois deles, me deixaram confiante em construir um catamaram estilo polinésio de 23 pés tendo o 21' como referencia.

Passei a estudar a fundo o tiki 21 de um conhecido. Munido de uma trena, papel e lápis, comecei a tirar todas as medidas possíveis para avaliar as adaptações pertinentes. Depois de muito contorcionismo para medir, redesenhei todas as anteparas, costados e cabines, mantendo o disign e filosofia Wharram, porque eu acho um desenho lindo e harmonioso para o meio ao qual vai ser usado, ademais de que não dá para reinventar a roda, mas dá para aumentar um pouquinho o seu diâmetro.
Ao olhar mais acostumado aos pequenos Wharran, se percebe um aumento no volume total. Se nota que não é um tiki 21', nem o 26'.


Este foi o Tiki 21 que serviu de inspiração para o 23'. O fato dele estar desmontado para ser pintado, facilitou muito para as tomadas de medidas e observações de pontos a serem modificados.

Abaixo segue as fotos da montagem do casco de BE do 23'





O casco passou de 6,40m (21,3 pés) para 6,86m que equivalem a 22,8 pés. O que para leigos parece pouco, esta diferença de "apenas" 46cm representa tanto que se pode dizer que por tamanho e volume é literalmente outro barco. Os acréscimos nas medidas de pontal, contorno e borda livre são significativos, assim como o espaço interno nas cabines. Claro, também haverá, quando o catamaran estiver concluído, um acréscimo no peso total do conjunto, mas estamos tratando de um barco maior. Este aumento de peso, contudo, não vai comprometer os melhores argumentos de um pocket cruise, que é sua manejabilidade, tanto dentro quanto fora da água. O mastro deste catamaram de 23' poderá ser subido ou baixado facilmente por apenas uma pessoa, o que no Tiki 26 já não é possível.

 

O skeg só pôde ser desenhado e cortado depois do costado pronto.
O que determina a profundidade do skeg é a parte mais profunda do casco.



Com a altura adicional  do costado e da cabine, fará com que a altura da plataforma entre os cascos fique mais distante da água, o que permitirá  ter assentos laterais ao longo das cabines que sejam mais altos de onde ficarão os pés, quando sentado, e também de um pequeno respaldo para as costas. Isto proporcionará um conforto muito maior que no Tiki 21, que tem como cockpit apenas uma plataforma plana. A este importante "up grade" no conforto se adiciona a possibilidade de que se tenha também  uma navegação mais seca em mar mexido.




Parece pouco se nos atermos apenas aos números, contudo,  12cm a mais na largura interna representa um acréscimo de espaço bastante considerável.


Confesso que sempre tive uma atração pelos micro cruisers, mas não tenho espirito de faquir. Um espaço para sentar comodamente e deitar numa cama que proporcione conforto reparador, já é para mim o suficiente para curtir o mar por vários dias. Lembro que o barco que mais curti,  fazendo camping costeiros nas praias, foi um Snipe (Lineburguer) que tive faz mais de 30 anos. Com ele fiz várias incursões em mar aberto. As vezes eu me encontrava bastante distante de terra e olhava para meu barco, valente, galgando as ondas e pensava em como ele me podia levar longe, navegava por vezes, horas a fio. Eu havia feito um bulbo de chumbo que era aparafusado no extremo da bolina, que proporcionava ótima escora, não me cansando muito no contravento. Por não haver uma pequena cabine para me enfiar por baixo, única preocupação era encontrar uma praia isolada e tranquila para armar a barraca. Pensei que um barco semelhante com uma pequena cabine facilitaria muito a vida nessas velejadas. Nessa época (1982/83) lembro de haver visto pela primeira vez um pequeno Wharram disign, que penso hoje que era o tiki 21, ancorado em frente ao bar do saudoso Didi, em Paraty Mirim. Este barco estava com o  medalhista olímpico (Moscou 1980) da classe Tornado, Lars Bjokstrom e sua família, que tinham uma casa no Saco de Mamanguá. Infelizmente naquela época minha visão estava voltada para os monocascos, seduzido pelas fotos e reportagens de revistas. Cego que estava no meu "monoconceito", perdi a oportunidade de ser apresentado a um projeto premiado do Wharram, e da mão de um experientíssimo velejador de catamaram. Foi o preço pago pela minha ignorância.


O casco já alinhado para começar as colagens que o fará ficar um monobloco forte, muito resistente e...leve!



Foi aplicado em todo o interior do casco um cupinicida solúvel em água para uma proteção adicional, uma vez que todo o interior receberá duas camadas de resina epóxi.

quarta-feira, 20 de março de 2013

HITIA 17
 
 
Em relação aos pequenos catamarans de J. Wharram, postei em dezembro passado as impressões que tive ao velejar o Tiki 21, mas faz muito tempo que queria abordar impressões sobre o Hitia 17, um beach cruise "hecho y derecho". A julgar pelo seu porte, suas qualidades podem passar desapercebidos aos olhares menos atentos. Hitia 17 é o barco perfeito para aqueles jovens e não tão jovens, mas com espirito de aventura e que queiram uma embarcação leve e robusta para explorar o litoral ou desejem fazer cruzeiros com pernadas diurnas em fins de semana, ou da mesma forma, ir mais longe se tiver disponibilidade maior de tempo, partindo ou chegando em praias com ondas, pois o barco por ser bastante leve, robusto e manejável, permite esta operação. Este atributo mais a possibilidade de armar em seu cockpit uma barraca iglu para duas pessoas, fazem o Hitia 17 ampliar as suas possibilidades na exploração do litoral.


Pela sua segurança e qualidade de navegação, não seria descabido pensar em percorrer uma grande distancia pela costa litorânea, inclusive fazendo pernadas em mar aberto, nas mãos de pessoas mais experientes, respeitando  seus limites e as condições meteorológicas. O Hitia 17 dispõe de espaço suficiente em suas canoas para levar todo o necessário para sua proposta de navegação. Vale lembrar que neste pequeno catamaram se pode dotar de um pequeno motor de popa entre 2 e 3,5hp o que amplia ainda suas possibilidades e segurança para demandar barras e rios, assim como seguir navegando quando for surpreendido pela falta de vento durante uma travessia. Por ser bastante leve, o Hitia 17 pode ser rebocado por qualquer carro popular e ser guardado numa garagem quando não estiver em uso. Ademais, tem a facilidade de inscrição na Capitania ou Delegacia dos Portos por ser uma embarcação que se enquadra pelo seu tamanho (5m) como de pequeno porte, eliminando burocracias e inspeção.