quarta-feira, 5 de março de 2014

Pocket Cruise

Há muito que venho dando asas a imaginação em construir um pocket cruise econômico. A idéia é de um barco manejável como monotipo, e capaz de navegar em mar aberto com mais segurança. Pesquisei muitos projetos na internet, mas, quando via os barquinhos navegando no youtube em mar mexido, eu me mareava só de vê-los, e com um desempenho inferior a um monotipo devido entre outras características ao peso de lastro. A cifra que cheguei a pôr como limite de comprimento seria de no máximo 5m ou um pouquinho mais, não ultrapassando os 5,5m, para que o barco ficasse leve e manejável. Esses pensamentos ganharam maior força neste feriado de carnaval em que, por convite de um amigo, fui velejar um Daysailer. Veleirinho muito bom de mar, e que me fez lembrar de um que tive faz mais de 20 anos. Bolina e leme pivotantes é um fator de segurança no caso de choque com o fundo. Todavia, para melhorar a segurança, um "zepelin" no tope do mastro é preciso, pois por sua própria concepção o barco pode virar. Fiquei pensando junto a meu amigo o que mais seria preciso para capacitar o daysailer num pocket cruise, sem mexer em mais nada, tipo aumento de cabine, por exemplo. A primeira coisa que nos veio a cabeça seria lastrá-lo para deixa-lo mais estável. O barco pesa de projeto 250 kg, pensamos que uns 50 ou 60 kg de lastro ao redor da caixa de bolina, viria a melhorar em muito a estabilidade, outra opção seria adicionar chumbo no extremo inferior da bolina, uns 20 ou 25 kg, o que elevaria o peso do barco entre 300/310 kg na primeira opção ou a 270/275kg na segunda. E assim, começamos a divagar...
De volta para casa voltei a pensar e percebi que não havia entre os micro cruisers um catamaran, ao menos eu não ví. Logo me veio a cabeça o Hitia 17, que tem aproximadamente o mesmo comprimento do Daysailer e seria uma boa plataforma para desenvolver um pocket cruise catamaran. Ele pesa 135kg, ou seja, 115kg a menos que o daysailer original, sem lastro(!!!), não precisa de lastro, é muito estável, veloz, enfim, reúne umas características bastante interessantes. Com modificações para aumentar a borda livre, se pode, devido a característica do casco em V que cria uma seção triangular, aumentar o espaço interno significativamente para dotá-lo de uma cabine para se ter em cada casco um lugar seco e aconchegante para dormir e comandar o barco abrigado da intempérie, proporcionando assim o conforto mínimo necessário para uma travessia com mal tempo. A adoção de uma cabine de lona bem estudada, viria a complementar o conforto quando o barco estivesse ancorado. Vale lembrar que o espaço na plataforma entre os cascos é bastante generoso, podendo até armar uma barraca iglu para duas pessoas se for o caso. Com essas modificações, o casco não chegaria aos 200 kg, acredito que no máximo 180 kg...Já tenho aí cifras insofismáveis para poder trabalhar com uma grande chance de êxito.
Alguns poderão pensar que um catamaran polinésio entre 17 e 18 pés capacitado tecnicamente para navegar em alto mar para cruzeiros costeiros não se faz necessário pois já existe o Tiki 21. É verdade, só que o Tiki 21 pesa 360 kg, ou seja, o "dobro" do peso, o dobro do material, o dobro do custo. Estes argumentos incentivam minhas divagações, sendo assim, seguirei nelas...


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